Sébastien Ogier venceu o Rali do Japão e ficou a três pontos de Elfyn Evans no Mundial de pilotos. A última prova vai decidir o campeão do mundo de 2025. Ott Tänak foi a grande surpresa ao anunciar uma paragem no WRC para se dedicar à família.
Na penúltima prova do Mundial, os pilotos tiveram pela frente 20 classificativas em asfalto traçadas nas estreitas, sinuosas e escorregadias estradas das montanhosas de Aichi e Gifu. Estas estradas têm a reputação de não permitir faltas de concentração e o mínimo erro paga-se caro, como puderam comprovar Kalle Rovanperä e Joshua McErlean no início do rali. Os pilotos da Toyota foram claramente superiores, venceram 17 dos 20 troços, ocuparam os três lugares do pódio e deram à marca o 12º triunfo em 13 ralis disputados!
Elfyn Evans era o único que podia sair do Japão como campeão do mundo, mas precisava de fazer mais 23 pontos do que Sébastien Ogier e Kalle Rovanperä, que tinham ganho as duas últimas provas em asfalto. Não conseguiu esse objetivo e ficou tudo adiado para a Arábia Saudita, dentro de três semanas.
A primeira etapa foi um “passeio” para os pilotos da Toyota, que ganharam os sete troços (111 km). Sébastien Ogier venceu três classificativas e liderava com 7,9 s de vantagem sobre Takamoto Katsuta, o japonês conhece melhor do que ninguém estas estradas, e 10,2 s para Elfyn Evans. A Hyundai queria terminar a época em grande, vencendo em casa da Toyota, mas cedo se percebeu que os seus pilotos não tinham andamento para tal. Adrien Fourmaux ocupava a quarta posição a 24 s do líder e era o melhor piloto da marca coreana. Kalle Rovanperä deu um toque numa barreira, partiu a suspensão traseira e perdeu mais de cinco minutos, ficando afastado da luta pela vitória.
A segunda etapa era a mais longa, com sete classificativas (121 km). Sébastien Ogier foi o mais rápido em três troços e resistiu aos ataques de Elfyn Evans. Adrien Fourmaux ocupava a terceira posição, a 23,6 s do líder, e era o melhor Hyundai.
O rali foi decidido ao segundo numa luta emocionante entre Sébastien Ogier e Elfyn Evans nas seis classificativa (72 km) da última etapa. A necessitar de pontos depois do abandono no rali anterior, Sébastien Ogier impôs um ritmo fortíssimo, não cometeu qualquer erro nas estradas escorregadias e venceu o Super Sunday e a Power Stage por apenas 0,1 segundo. Foi a sexta vitória da época, o que deixa o piloto francês bem posicionado para conquistar o nono título mundial. “Este resultado é perfeito para nós e estou muito feliz por vencer este rali, em casa de Toyota. Foi um fim de semana intenso, especialmente o último dia, com condições muito desafiantes. Parabéns à equipa por nos dar novamente um ótimo carro. O Elfyn pressionou-me durante todo o fim de semana, e grandes vitórias só acontecem quando se tem grandes adversários”, frisou Ogier.
Elfyn Evans foi sempre muito rápido em condições extremamente difíceis e o segundo lugar garante-lhe a liderança no Mundial de pilotos. “Foi um fim de semana divertido e mais um excelente resultado para a equipa. Não foi fácil estar numa disputa tão acirrada em condições difíceis. Demos o nosso melhor, mas o Seb conduziu muito bem e foi difícil batê-lo. A disputa entre os dois foi muito renhida, especialmente na Power Stage. Perdemos alguns pontos e fica tudo para decidir na última prova”, afirmou o galês.
Adrien Fourmaux desistiu depois de ter arrancado o lado direito do Hyundai i20 N Rally1 numa saída de estrada, o que permitiu a Sami Pajari subir ao terceiro lugar e garantir o primeiro pódio no WRC.
Já depois do Rali do Japão terminar, Ott Tänak anunciou que vai parar no final do ano, fechando um ciclo de 18 temporadas, que teve o ponto alto com a conquista do título mundial de pilotos em 2019. “Após muitas temporadas inesquecíveis, decidi fazer uma pausa. Não foi uma opção fácil, mas sinto que este é o momento certo para dedicar mais tempo à minha vida e à minha família, na Estónia. Não é uma despedida definitiva dos ralis, simplesmente uma oportunidade para reiniciar, recarregar e reorientar a minha vida”, disse. O piloto disputou até ao momento 170 ralis do WRC com a Ford, Toyota e Hyundai, venceu 22 e foi ao pódio 58 vezes. Outra novidade (esperada) foi a confirmação de Oliver Solberg, campeão de WRC2, como piloto oficial da Toyota em 2026. O sueco vai ocupar o lugar de Kalle Rovanperä, que vai correr na Super Fórmula japonesa.
O campeonato do mundo de pilotos decide-se na última prova. Elfyn Evans tem três pontos de vantagem sobre Sébastien Ogier e 24 para Kalle Rovanperä, isto, quando estão em jogo 35 pontos.
Oliver Solberg (Toyota GR Yaris Rally2) continua a dominar no WRC2. Liderou desde a primeira classificativa e terminou com 1m.06 de vantagen sobre Alejandro Cachón (Toyota GR Yaris Rally2).
O campeonato termina com o Rali da Arábia Saudita (26 a 29 de novembro), que faz a sua estreia no Mundial de ralis. A prova está sediada em Jeddah e tem 17 troços (319,4 km) em terra, numa curiosa mistura de estradas de montanha, com deserto.
Classificação final
1º Sébastien Ogier/Vincent Landais (Toyota GR Yaris Rally1), com 3h.21.08,9
2º Elfyn Evans/Scott Martin (Toyota GR Yaris Rally1), a 11,6 s
3º Sami Pajari/Marko Salminen (Toyota GR Yaris Rally1), a 2m.13,9
4º Ott Tänak/Martin Jarveoja (Hyundai i20 N Rally1), a 2m.16,6
5º Grégoire Munster/Louis Louka (Ford Puma Rally1), a 3m1.8,1
6º Kalle Rovanperä/Jonne Halttunen (Toyota GR Yaris Rally1), a 7m.01,5
7º Oliver Solberg/Elliot Edmondson (Toyoya GR Yaris Rally2), a 9m.35,5 (1º WRC2)
8º Alejandro Cachón/Borga Rozada (Toyota GR Yaris Rally2), a 10m.41,6
9º Nicolai Gryazin/Aleksandrov Konstantin (Skoda Fabia RS Rally2), a 11m.36,2
10º Jan Solans/Rodrigo Sanjuan (Skoda Fabia RS Rally2), a 12m.26,0
Campeonato de pilotos
1º Elfyn Evans (Toyota) – 272 pontos
2º Sébastien Ogier (Toyota) – 269
3º Kalle Rovanperä (Toyota) – 248
4º Ott Tänak (Hyundai) – 213
5º Thierry Neuville (Hyundai) – 166
Campeonato de Construtores
1º Toyota Gazoo Racing WRT – 692 pontos
2º Hyundai World Rally Team – 464
3º M-Sport Ford World Rally Team – 191
4º Toyota Gazoo Racing WRT2 – 145