O Rali do Chile ganhou a reputação de recompensar aqueles que mantêm a velocidade nas curvas cegas e rápidas. O rali teve reviravoltas dramáticas e dois vencedores: Sébastien Ogier ganhou a prova e Oliver Solberg sagrou-se campeão do mundo no WRC2.
O Campeonato do Mundo aproxima-se do fim, faltam três provas, e a luta pelo título de pilotos está mais acirrada do que nunca com quatro protagonistas. Entre eles está Sébastian Ogier que, no Chile, disputou o 200º rali do Mundial; venceu 66 e conquistou oito títulos mundiais. O francês segue o exemplo do seu diretor de equipa, Jari-Matti Latvala, o primeiro a atingir esse número de presenças no WRC.
A Toyota obteve o 10º triunfo em 11 ralis disputados e consolidou o estatuto de marca mais bem-sucedida na história do WRC, com 103 vitórias, conseguindo pela 30ª vez colocar dois carros nos dois primeiros lugares. Sébastien Ogier venceu o quinto rali esta época e assumiu a liderança do campeonato. Agora, vamos ver quem o tira de lá…
Os pilotos da Toyota adaptaram-se melhor às rápidas classificativas de terra, com curvas cegas a por à prova a confiança dos pilotos, e à chuva e ao nevoeiro, que limitaram a visibilidade nos troços matinais.
Os seis troços da primeira etapa foram intensamente disputados, com quatro pilotos a passarem pelo comando. Kalle Rovanperä entrou ao ataque e liderava o rali, mas deitou tudo a perder quando deixou o Yaris Rally1 bater num talude e furar. Ott Tänak estava igualmente muito rápido e subiu ao primeiro lugar por troca com Elfyn Evans. Contudo, uma falha de motor na última classificativa fê-lo parar e, assim, foi Adrien Fourmaux que chegou ao final da etapa na liderança, com apenas um segundo de vantagem sobre o campeão do mundo Thierry Neuville, que foi bastante rápido depois das alterações feitas no i20N Rally1. Há muito que se não via a Hyundai a liderar um rali, mas Sébastien Ogier estava apenas a 2,3 s.
A segunda etapa era a mais longa da prova e assistiu-se a uma luta ao segundo pelo primeiro lugar. Os pilotos da Toyota entraram ao ataque e, no final de primeira seção, tinham virado o rali a seu favor, com Elfyn Evans a liderar com 5,6 s de vantagem sobre Sébastien Ogier e 9,3 s para Adrien Fourmaux. A segunda passagem pelos troços reforçou a posição dos homens da Toyota. O oito vezes campeão do mundo fez uma recuperação impressionante, ganhou três troços consecutivos e terminou a etapa com 6,3 s de vantagem sobre Evans e 26,8 s para Fourmaux, que procurava a sua primeira vitória no Mundial de ralis, mas ainda não foi desta. O francês disse que teve dificuldades com a tração e reconheceu “está a faltar algo ao Hyundai i20 N Rally1. É bastante frustrante para nós.”
A terceira etapa valeu pela luta pela vitória entre os pilotos da Toyota. Ogier e Evans andaram a fundo, mas o francês foi mestre na forma de gerir o rali, venceu o Super Sunday e Power Stage e acumulou pontos que o colocam na frente do campeonato. “Foi como queríamos”, disse Ogier.
“Foi um fim de semana mais difícil do que no Paraguai. Tivemos alguns pequenos problemas pela manhã, provavelmente não estava bem acordado em alguns momentos, mas estamos muito satisfeitos com o resultado final. São pontos que merecíamos, em comparação com os que perdemos no Paraguai. Estou ansioso para passar para o asfalto”, disse o francês, que sublinhou o significado da sua vitória
“Agora somos o número um. É um recorde mais do que merecido para a Toyota, tenho a certeza de que vamos aumentar esses números nos próximos ralis.”
Com 10 triunfos em 11 ralis disputados, a marca japonesa está a um passo de conquistar o quinto título de construtores. No campeonato de pilotos, a luta pelo está ao rubro entre Ogier, Evans e Rovanperä, os três homens da Toyota estão separados por 21 pontos. Tänak está a 43 pontos e, muito dificilmente, entra nessa luta. Desde 2003, quando Petter Solberg garantiu o seu único título mundial, o campeonato não chegava à 11ª ronda com uma diferença tão pequena.
Na categoria WRC2 assistiu-se a um duelo entre Oliver Solberg (Toyota GR Yaris Rally2) e Nikola Gryazin (Skoda Fabia RS Rally2). Yohan Rossel (Skoda Fabia RS Rally2) e Gus Greensmith (Skoda Fabia RS Rally2) desistiram devido a problemas mecânicos e deixaram Solberg quase campeão do mundo WRC2 no final da primeira etapa. O piloto só tinha de levar o carro até ao fim, e fê-lo de forma magistral. Nunca aliviou o ritmo e ganhou com 40,4 s de vantagem, confirmando que o título mundial lhe assenta muito bem.
“Campeão do mundo WRC2 2025? Soa bem! É incrível, nem sei o que sinto. É uma emoção que me ultrapassa. É um enorme alívio. No ano passado tivemos azar, devíamos ter conquistado o título. Finalmente, foi este ano. Estou muito feliz, foi um ano fantástico”, reconheceu Oliver Solberg.
O Mundial de ralis regressa no próximo mês para a realização do Rali da Europa Central (16 a 19 de outubro), é uma prova em asfalto com 18 classificativas (306 km) na Alemanha, Áustria e República Checa.
Classificação final
1º Sébastien Ogier/Vincent Landais (Toyota GR Yaris Rally1), com 2h.55m.42,1
2º Elfyn Evans/Scott Martin (Toyota GR Yaris Rally1), a 11s
3º Adrien Fourmaux/Alexandre Coria (Hyundai i20 N Rally1), a 46,5s
4º Thierry Neuville/Martijn Wydaeghe (Hyundai i20 N Rally1), a 59,0s
5º Sami Pajari/Marko Salminen (Toyota GR Yaris Rally1), a 1m,03,4s
6º Kalle Rovanperä/Jonne Halttunen (Toyota GR Yaris Rally1), a 1m.35,7s
7º Takamoto Katsuta/Aaron Johnston (Toyota GR Yaris Rally1), a 2m.14,0s
8º Grégoire Munster/Louis Louka (Ford Puma Rally1), a 2m.44,1s
9º Oliver Solberg/Elliot Edmondson (Toyoya GR Yaris Rally2), a 8m.18,6 (1º WRC2)
10º Nikolay Gryazin/Konstantin Aleksandrov (Skoda Fabia RS Rally2), a 8m.59,0s
Campeonato de pilotos
1º Sébastien Ogier (Toyota) – 224 pontos
2º Elfyn Evans (Toyota) – 222
3º Kalle Rovanperä (Toyota) – 203
4º Ott Tänak (Hyundai) – 181
5º Thierry Neuville (Hyundai) – 166
Campeonato de Construtores
1º Toyota Gazoo Racing WRT – 572 pontos
2º Hyundai World Rally Team – 447
3º M-Sport Ford World Rally Team – 157
4º Toyota Gazoo Racing WRT2 – 111