Os melhores carros de ralis deixaram marcas nas estradas portuguesas. Conheça os modelos que fazem parte da história de um rali que foi considerado o melhor do mundo por cinco vezes.
A prova organizada pelo Automóvel Club de Portugal contou com fantásticos carros que alimentaram a paixão pelos ralis, sendo o Toyota Yaris e o Lancia Delta os mais bem-sucedidos com cinco vitórias! Logo a seguir aparece o mítico Fiat 131 Abarth e o impressionante Subaru Impreza, com quatro triunfos, seguidos pelo Audi Quattro, VW Polo R WRC, Mitsubishi Lancer Evo IV, Citroën C4 WRC e Toyota Celica GT Four com três vitórias. De notar que estes carros representam épocas e regulamentos muito diferentes (Grupo 4, Grupo B, Grupo A, WRC e Rally1).
O Rally de Portugal foi dominado por marcas europeias, mas, a partir de 1990, os japoneses entraram em força no WRC e a história começou a mudar. A Toyota regressou aos ralis com o Yaris WRC/Rally1 e ganhou as últimas cinco edições do Vodafone Rally de Portugal com Sébastien Ogier, em 2024, Kalle Rovanperä, em 2022 e 2023, Elfyn Evans, em 2021, e Ott Tänak, em 2019. Este “puro sangue” japonês foi concebido para vencer, já que tem um chassis otimizado e um kit aerodinâmico bastante agressivo. Está equipado com um motor de quatro cilindros 1.6 turbo, com 380 cv ou 500 cv na versão híbrida (esse sistema foi abandonado em 2025), dispõe de tração integral e caixa mecânica de cinco velocidades.
O Lancia Delta fez história no final da década de 80 e princípio dos anos 90 ao conquistar seis títulos mundiais (entre 1987 e 1992) – é o único modelo a conseguir tal feito. Em Portugal, venceu cinco vezes! Markku Alen ganhou, em 1987, com a versão HF 4WD, com motor 2.0 turbo de 260 cv. Depois, surgiu o Integrale com 335 cv, que dominou a prova portuguesa com Massimo Biasion, de 1988 a 1990, e Juha Kankkunen, em 1992. Todos os outros carros pareciam obsoletos face ao “poder de fogo” do Deltona.
Logo a seguir aparece o mítico Fiat 131 Abarth e o impressionante Subaru Impreza, com quatro triunfos obtidos em época diferentes. O 131 Abarth ganhou com Markku Alen (1977, 1978 e 1981) e Walter Rohrl (1980), é o único carro que ganhou sempre que participou. Tinha um motor de quatro cilindros 2.0 com uma potência compreendida entre os 225 e 245 cv, tração traseira e caixa manual de cinco velocidades. Impôs-se nas estradas em todo o mundo e deu três títulos mundiais à Fiat.
Os amantes de ralis não esquecem o imponente Subaru Impreza WRC, que venceu a prova portuguesa com Carlos Sainz, em 1995, Colin McRae, em 1998, e Richards Burns, em 2000. Daniel Carlsson ganhou em 2005, mas nesse ano a prova não contou para o Mundial de ralis. Estava equipado com motor boxer de quatro cilindros 2.0 turbo, com mais de 300 cv, tinha tração integral com um inovador sistema de diferenciais ativos e caixa manual de cinco velocidades, em 2000 foi introduzida caixa sequencial de seis velocidades. Os pilotos faziam verdadeiros malabarismos com o Impreza, que deu três títulos mundiais à Subaru, mas foi a ligação a Colin McRae que tornou este carro mítico.
O Audi Quattro S1 e S2 ganhou por três vezes em Portugal. Michele Mouton venceu em 1982 – foi a primeira e única mulher a destronar os homens – e Hannu Mikkola, em 1983 e 1984. Este revolucionário carro carregado de tecnologia mudou por completo os ralis com a tração integral permanente. A Audi apresentou diferentes versões do Quattro, mas o carro que venceu em Portugal estava equipado com motor de cinco cilindros 2.1 turbo com 360 cv, caixa manual de cinco velocidade e a carroçaria em alumínio e kevlar. O carro começou por estar homologado em Grupo 4, mas, em 1983, passou para Grupo B com uma potência de 380 cv. O rugido do motor, as acelerações fulgurantes e a eficácia em curva, parecia que andava sobre carris, eram impressionantes. Por onde passava deixava para trás nuvens de poeira, jatos de terra e traços negros no asfalto. Tornou-se um dos carros mais icónicos do Mundial de ralis.