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Vítor Calisto: “Antigamente era tudo mais perigoso”

03 junho 2022

Em 1982 quando alinhou à partida do Rali de Portugal, Vítor Calisto estava longe de imaginar a aventura por que ia passar. O Mazda 616 tinha os bancos de série, um arco-segurança mínimo, só a meio do carro, e os fatos de competição que piloto e navegador – Manuel Vilar – vestiam… “tinham praticamente sido comprados na Feira da Ladra” (risos).

Quarenta anos passados, Vítor Calisto correu e terminou o último Vodafone Rally de Portugal aos comandos de um Toyota Yaris GR do troféu monomarca… “um bom carro de tração integral mas que sobreviveu com muita dificuldade à dureza dos troços desta edição da prova, e sobretudo, ao estado em que os WRC Rally1 deixaram os troços. O piso estava de tal forma cavado que só com um cuidado extremo se conseguia chegar ao controlo final de cada classificativa.”

Há 40 anos, a prova organizada pelo Automóvel Club de Portugal também não era nada fácil. Quatro dias de rali, troços a percorrer à noite, por zonas inóspitas que obrigavam as equipas a terem que fazer um planeamento muito criterioso da sua participação.

“Quando fiz o primeiro rali só levei como assistência dois amigos num carro próprio, com uma caixa de ferramentas, um pneu suplente e pouco mais. Melhor, um jerrycan com gasolina, porque havia zonas do país, entre troços, por onde passávamos e em que não existia uma bomba de gasolina. Se os nossos amigos não levassem, nós ficávamos parados!”

Nos anos 80, com a prova ser disputada em linha, ou seja, sem voltar ao ponto de partida, as assistências faziam praticamente um rali dentro do rali…

“Tínhamos de ter um plano de ação muito bem definido, para que eles pudessem chegar ao final de cada troço. Mas para isso acontecer, tinham de andar depressa, o que era bastante perigoso porque as carrinhas iam carregadas de material. Depois, para acrescentar perigo a tudo isto, as assistências eram feitas na berma das estradas, com os mecânicos deitados no chão a arranjarem os carros, enquanto nas estradas, outros circulavam a grande velocidade.”

Ao fim de 231 ralis efetuados, Vítor Calisto não tem dúvidas de que, neste aspeto, com as provas a serem feitas em forma de trevo, com as assistências fixas e os carros de competição a deslocarem-se até elas, foi… “uma evolução muito positiva e por isso é que os ralis atuais nada têm a ver com o passado. Em todos os aspetos. Desde a participação dos pilotos, à organização da prova e ao envolvimento que ela encerra, é como comparar o 8 e o 80”.

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